quarta-feira, 22 de julho de 2009

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Região de Parelheiros, em São Paulo, abre as portas para o "ecoculturismo"

Quem diria... A Paulicéia não é só desvario. A antítese do caos, e o antídoto para o estresse, existem a menos de 50 mil metros da Praça da Sé. São as Áreas de Proteção Ambiental Capivari-Monos e Bororé-Colônia, localizadas na região de Parelheiros, que começam a ganhar estrutura para receber turistas.

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Na região de Parelheiros (SP), há mais de 30 cachoeiras que podem ser visitadas nas Áreas de Proteção Ambiental

Ambas compreendem território de 341 km², ou um quinto da capital paulista. Abrigam extensa área de mata atlântica, cachoeiras, aldeias indígenas e, acreditem se quiser, uma cratera de 35 milhões de anos feita por um meteorito.

A prefeitura de São Paulo quer estimular o ecoturismo na área e, junto com o Sebrae e outros parceiros, desenvolveu roteiros a serem percorridos neste belo rincão da metrópole. "Isso aqui é algo precioso que temos na cidade e que deve ser preservado", diz o subprefeito de Parelheiros, Carlos Roberto Fortner. Segundo ele, um turismo consciente e controlado ajudará a proteger a biodiversidade e os recursos hídricos locais.

Nada mais fundamental: nas APA's (como são chamadas as Áreas de Proteção Ambiental) encontram-se a bacia hidrográfica dos rios Capivari e Monos, e nascentes que alimentam as represas de Guarapiranga e Billings (responsáveis por 30% do abastecimento de água da região metropolitana de São Paulo). Também sobrevive no local cerca de 70% da mata atlântica da cidade. Proteger tal patrimônio começa a ser encarado como questão de sobrevivência para paulistas e paulistanos.

Trilhas e Templos

De acordo com o monitor ambiental Erley Coradi, que guia passeios pela região, há mais de 30 cachoeiras - uma delas com 70 metros de altura - que podem ser visitadas nas APA's. As trilhas, por sua vez, têm diferentes perfis: vão desde o passeio até a Cachoeira do Sagui (caminhada de duas horas de duração) até a desafiadora descida a Itanhaém (trilha de 25 quilômetros de distância).

A diversidade étnica é outro dos atrativos do lugar. Há, na Capivari-Monos, duas aldeias indígenas guarani, que recebem visitantes em programas guiados. São vizinhas da primeira colônia de imigrantes do Estado de São Paulo, criada quando, em 1829, 94 famílias alemãs chegaram à região. Hoje, seus descendentes promovem importante evento cultural do município: o Colônia Fest, festival de dança e músicas típicas realizado na metade do ano.

A comunidade japonesa, tão integrada à vida paulistana, também marca presença neste lado da cidade. A filosofia oriental deu origem ao Solo Sagrado, uma área de 327 mil m² cheia de flores, lagos e pessoas praticando Johrei (técnica de purificação espiritual). A represa de Guarapiranga, com suas águas plácidas, completa a paisagem.

O Solo Sagrado pertence à Igreja Messiânica Mundial, instituição de inspiração xintoísta fundada no Japão em 1935. Seu objetivo é ser um "protótipo do paraíso terrestre", onde as pessoas podem entrar em contato com a natureza e se desenvolver espiritualmente.

Visitas guiadas
De acordo com Fortner, a intenção da prefeitura é que, neste primeiro estágio, as visitas às áreas de proteção sejam feitas com guias locais ou agências especializadas. "A região ainda não está pronta para o turismo autônomo", afirma o subprefeito. Locomover-se entre os diversos pontos de interesse das APA's, de fato, é difícil.

Os roteiros oferecidos por agências especializadas incluem visitas às aldeias indígenas, a cachoeiras e passeios de escuna. Também é possível dedicar-se a um turismo puramente cultural: lugares como a Capela de São Sebastião, construída na Ilha do Bororé em 1904, e a Sociedade de Cultura Afrobrasileira Asé-Ylê do Hozoouane, praticante do candomblé, estão abertos aos forasteiros. Para dormir, há uma série de pousadas e alguns campings disponíveis.

A Cratera da Colônia, por fim, é um dos destinos que não devem ser ignorados em uma turnê pela Capivari-Monos. Com 3,6 quilômetros de diâmetro, criados pelo choque de um meteorito há 35 milhões de anos, o enorme buraco abriga hoje um loteamento irregular com 45 mil pessoas. Há lá também construção feita pelo Estado: um presídio com mais de mil detentos. Um bom exemplo de como não deve ser tratado esse belíssimo recanto de São Paulo.

Maiores Informações: http://viagem.uol.com.br/ultnot/2009/07/15/ult4466u631.jhtm

Fonte: http://viagem.uol.com.br/ultnot/2009/07/15/ult4466u631.jhtm

terça-feira, 14 de julho de 2009

Legislação de proteção aos mananciais passa a valer em 90 dias

A Lei Específica da Billings contará com investimento de R$ 492 milhões para obras de saneamento e moradia nas áreas de manancial. De acordo com a nova legislação, as ações de regularização fundiária deverão ocorrer juntamente com o acesso à coleta de esgoto.

Estão previstos ainda outros R$ 708 milhões para a represa Guarapiranga, somando um total de R$ 1,2 bilhões de recursos para a implementação das leis específicas das duas represas. O município de São Bernardo foi o único do ABCD a destinar verba para a Billings, R$ 65 milhões. Do total de investimentos nas duas represas, R$ 440 milhões vêm do governo do Estado, R$ 446 milhões da Prefeitura de São Paulo, R$ 250 milhões do governo Federal e R$ 18 milhões da Prefeitura de Guarulhos, além da verba de São Bernardo.

A lei passa a valer na prática em 90 dias, quando o valor também começará a ser investido. O prazo para regularização seria de 180 dias, mas foi antecipado pelo governo do Estado. O governador José Serra (PSDB) sancionou nesta segunda-feira (13/07), em Rio Grande da Serra, o projeto de lei, aprovado no dia 04/06 pela Assembleia Legislativa.

Serra defendeu a lei das críticas dos ambientalistas, que apontam comprometimento apenas com a habitação. “Não é anistia. Se alguém tem uma casa que não prevê condições de impermeabilidade, por exemplo, o dono tem de oferecer contrapartida ambiental. Se for habitação de interesse social, é a Prefeitura que vai ter que dar. Toda regularização terá contrapartida”, disse o governador.

Durante a cerimônia, o secretário de Meio Ambiente do Estado, Xico Graziano, prometeu disponibilizar um posto de atendimento para dúvidas quanto a lei próximo na represa Billings e outro na Guarapiranga.

As Prefeituras têm três anos, após a regulamentação, para se adequarem às leis. Para o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), o prazo é difícil de ser cumprido. “Creio que dentro da demanda que há em São Bernardo, três anos não serão suficiente. Até porque, se fosse fácil, as áreas irregulares que não estão em manancial já teriam sido regularizadas”, afirmou. De acordo com a Secretaria de Habitação do município, cerca de 200 mil pessoas vivem em área de manancial. Foram detectados, até agora, 100 parcelamentos irregulares.

A punição para os municípios que não cumprirem a lei ainda não está clara, e pode ser definida após a regulamentação. “Ele (o município que não cumprir o prazo) vai ficar irregular. É uma situação ruim para o município, pois perde regalias e espaço, já que um prefeito faz e outro não. Quem tem mais interesse em regularização, é o dono da casa irregular, que não pode usar para crédito, vender ou deixar como herança. Vai haver pressão nessa questão”, afirmou.

Fonte: ABCD MAIOR - 13/07/2009 - MEIO AMBIENTE

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Projeto Mais Verde na Guarapiranga


O Projeto Mais Verde foi criado por dois moradores da região do Parque Terceiro Lago, na orla da Guarapiranga, que estavam preocupados com a acentuada degradação ambiental do entorno.

Este projeto visa recompor os 30 mil m2 de orla da represa Guarapiranga, a área verde existente com 20 mil m2, exclusivamente com espécies nativas da Mata atlântica.

Eles atuam desde a colheita e identificação das sementes, passando pela germinação, produção, aclimatação e plantio. Este, é realizado em mutirões com a comunidade, escolas, grupos e entidades.

Embora as atividades sejam realizadas por pura ideologia e voluntarismo, sem recurso financeiro algum, os resultados alcançados são muito positivos, ganhando respeito de órgãos públicos, ONGs e da sociedade, não só de São Paulo, mas de diversas partes do Brasil.

Entre os resultados alcançados ressalta-se a redução das queimadas que eram constantes assim como esgoto clandestino, caça à animais silvestres, disseminação de espécies exóticas entre outros crimes ambientais.

PRODUÇÃO DE MUDAS

Uma das maiores dificuldades encontradas, era a baixa diversidade de espécies doadas pelos órgãos públicos para ações de compensação. Por isso, o próprio projeto passou  a identificar e produzir mudas, garantindo assim diversidade, qualidade genética e uma certeza de identificação correta. Atualmente são produzidas mais de 150 espécies de árvores da Mata Atlântica.

ALGUNS DOS DESAFIOS ENCONTRADOS:

DESCASO DO PODER PÚBLICO -
Embora as ações se dêem em áreas públicas, e tendo sido concedidas as concessões necessárias para a realização do projeto de recuperação, ainda existe um grande descaso das autoridades ambientais. As ações do projeto jamais foram fiscalizadas por algum órgão para saber o que está sendo plantando, ou se certificar da diversidade necessária para a recomposição, das características ciliares das espécies plantadas nas margens da represa, ou simplesmente, se o projeto está precisando de algum auxílio.

DIFICULDADE DE PLANTIO e MANUTENÇAO - O plantio é o mais oneroso de todo o processo. Limpeza da área, abertura de covas, correção do solo, estacas e identificação. Os voluntários são sempre poucos e a velocidade dos plantios é extremamente lenta.

Contudo, mesmo com todas as dificuldades, já foram produzidas  mais de 5 mil mudas. E mais de 2.500 mudas foram plantadas.

Para maiores informações sobre os projetos realizados e agenda sobre os plantios comunitários acessem o site:
http://www.projetomaisverde.xpg.com.br/crbst_0.html

Fonte: Silvano - Projeto Mais Verde